Mercadores ingleses em Lisboa e Judeus portugueses em Londres: agentes, redes e trocas mercantis na primeira menade do século XVIII

Autores

  • Carla VIEIRA

Palavras-chave:

Nação Inglesa, Inquisição, Comércio, William Buller, Arthur Stert

Resumo

Na sequência da consolidação da aliança luso-britânica após o Tratado de Methuen e a Guerra da Sucessão Espanhola, a nação inglesa estabelecida em Lisboa emerge em importância durante primeira metade do século XVIII. O cosmopolitismo da cidade constrastava com uma acérrima repressão inquisitorial que, durante as primeiras décadas de Setecentos, abalou a elite comercial lisboeta. Em fuga de uma possível prisão, muitos mercadores cristãos-novos abandonam então Portugal com destino a Inglaterra. Os vínculos com a terra natal não são completamente quebrados, em particular os de natureza comercial. São várias as casas comerciais inglesas que, a partir da capital portuguesa, representam então os interesses de grandes mercadores judeus de origem portuguesa sediados em Londres. Neste artigo analisamos, em particular, dois estudos de caso: os mercadores William Buller e Arthur Stern e o seu papel de agentes de judeus portugueses estabelecidos Londres como Gabriel Lopes Pinheiro, José da Costa Vila Real ou as famílias Mendes da Costa e Lopes Pereira/Aguilar. O desafio é repensar as relações de comércio e sociabilidade entre comunidades cultural e socialmente distintas e a permeabilidade de tais fronteiras, inclusivamente em actividades de risco e cuja exigência de confiança é imperativa.

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Publicado

2015-12-31

Edição

Secção

DOSSIER - Comunidades estrangeiras em Lisboa (séculos XV-XVIII)